“Cristo é a humildade de Deus incorporada na natureza humana. É o Amor Eterno humilhando-se, vestindo-se com a roupa da mansidão e da gentileza, para vencer, servir e nos salvar”. (Andrew Murray)
A herança
Viajar pelas ruas por onde Jesus andou traz alegria e tristeza.
A alegria vem de poder inspirar o mesmo ar que ele respirou, ver os mesmos montes que ele contemplou, conhecer os mesmos vales pelos quais ele caminhou e rever os costumes que ele adotou.
A alegria vem por poder singrar as mesmas águas que ele navegou no lago de Genesaré, tocar o tanque de Betesda em Jerusalém onde ele curou ou passear pelo jardim do Getsêmani onde ele suou sangue.
Jesus está na história e na arqueologia, mas nas experiências locais de hoje não há sinais dele. Em Jerusalém, o que há de mais sagrado, na perspectiva bíblica, é o que sobrou das fundações do templo de Esdras e Neemias, reformado pelo Herodes da sua infância.
É como se as muitas guerras e os inúmeros terremotos o tivessem sepultado definitivamente.
Quando, no entanto, andamos pelas mesmas ruas que percorreu tendo nas mãos os livros que seus seguidores imediatos escreveram sobre ele, com seus feitos e palavras, a terra brilha, as plantas falam, as pedras cantam.
Ele não desejou deixar edifícios ou hierarquias. Ele queria formar pessoas que vivessem o que ele ensinou e proclamassem o que ele viveu. Ele conseguiu: sua mensagem transformou o mundo.
Ele não queria glórias humanas, tanto que, morto por ser bom, abandonou vitorioso sua tumba e, encerrada a sua missão, voltou para casa, no céu, não sem antes dizer que estaria todos os dias com os seus seguidores, que devem ser simples, confiantes, humildes, justos, bondosos, puros, pacificadores e alegres.
O ódio dos homens e a fúria da natureza destruíram as casas onde esteve e as ruas em que atuou, mas seus ensinos e exemplos sobreviveram e continuam a convidar para uma vida digna, como a dele foi.
Reproduzido do site PRAZER DA PALAVRA, de Israel Belo de Azevedo, que pode ser ser acessado em www.prazerdapalavra.com.br.