Vivo um momento especial. Minha esposa está lindamente grávida e em pouco tempo nasce nosso segundo filho. A gente espera tudo de bom para nossos filhos. Tentamos dar o nosso melhor, mas a verdade é que damos tudo o que temos: de bom, de ruim ou mais ou menos. Às vezes olho para meu mais velho e parece que estou olhando para o espelho. Nem sempre gosto do que vejo. Nestes casos percebo como devo melhorar. Às vezes me alegro porque vejo nele qualidades tanto de minha esposa como minhas. Mas bom ou ruim, o que importa é que nos doamos. Criar um filho é doar a própria vida. E isso é divino!

Penso que o Natal traz também essa mensagem. Vivemos melhor quando nos doamos. Quando damos o que temos para o outro. Afinal, foi assim que Jesus viveu.

Uma pessoa que viveu na rua e hoje está na Casa de Lázaro me disse que chorou ao pensar que não tinha nada para dar para o neto de 5 anos no Natal. Ele lembrou que nunca ganhava presentes nesta data porque o pai era ateu. Perguntei como ele brincava nesta idade. Disse que fazia um carrinho com elásticos que andava sozinho. Lembrei que em um Natal meu pai deu um presente caro para meu filho. Depois que abriu o embrulho o garoto só queria brincar com a caixa e depois que cansou da caixa se divertiu com a pedra brita do quintal. Ontem eu estava brincando com ele com pregadores de roupa. Montamos nave espacial, cavalinhos … foi uma diversão só. Sugeri que montasse o carrinho de elástico para dar de presente para o neto. E que brincasse com ele!

Quando dividimos o que temos com alguém damos um pouco do que somos para o outro e entendemos melhor como Deus, que deu seu filho para viver entre nós, quer se relacionar conosco. Quando dividimos o que temos podemos nos ver um pouco no outro. Quando damos ao próximo, ficamos mais perto de Deus. Quando recebemos o que Deus tem para nos dar, refletimos o seu amor para o mundo.

Marcelo Jaccoud da Costa