Semana passada recebi uma ligação de um ex-morador da Casa de Lázaro. Ele queria me dizer que estava grávido e agradecer por todo apoio que recebeu enquanto estava no albergue.
 
Era viciado em jogos de azar, abandonou a esposa e acabou na rua. A Casa de Lázaro foi sua ponte entre a amargura da sarjeta e a felicidade de ser pai.
 
Funcionando há cinco anos, a Casa de Lázaro já atendeu quase 400 pessoas. Metade saiu das ruas. No início de 2019 esse percentual é ainda maior. Só duas voltaram pras ruas. Cinco – o equivalente a 70% – estão em suas casas.
 
Na véspera do Natal um desses cinco seria desligado da Casa por causa de uma briga. Mas era véspera de Natal! E ele se arrependeu. Seguiu seu tratamento com a psiquiatra e decidimos que ele continuaria. Agora, além de ter feito as pazes com a família, em sua casa funciona um pequeno grupo de estudo bíblico, coordenado pelo capelão do albergue.
 
Lidamos com pessoas cujas vidas manifestam de modo muito visível as obras da carne: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. (Gálatas 5:19‭-‬21 NVI)
 
O que nos esforçamos pra fazer é dar espaço para o fruto do Espírito se desenvolver. Por isso na Casa de Lázaro tem amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
 
Contra essas coisas não há lei.
(Gálatas 5:22‭-‬23 NVI)
 
Se uma pessoa faz algo de errado, a regra vai matá-lo, jogá-lo na rua. O amor, a paciência, a mansidão e o domínio próprio vão dar a segunda chance, ou setenta vezes sete chances, que todos nós também precisamos.
 
Pois não existe nenhuma diferença entre as pessoas. Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva.
Romanos 3:22‭-‬24 NTLH
 
 
Marcelo Jaccoud da Costa
Diretor da Casa de Lázaro